O BONSAI

Hoje, é dia de dispensar um pouco de tempo ao meu Bonsai. É sobre esta arte milenar que nos vamos debruçar!

Não vou trazer aqui a vertente histórica ou dissertar sobre os procedimentos de cultura e tratamento destas "grandes" árvores em miniatura.

Não interessam de momento as épocas de adubo, ou as formas de poda e rega. Tudo isso apenas interessa a quem se dedica com mais ou menos afinco a esta prática.

A única coisa que pretendo com estas linhas que se seguem, demonstrar de que forma é que a arte do bonsai, mais do que uma prática, é, conforme o nome indica uma arte, e, mais que isso, uma conduta.

Para mim, o bonsai é exactamente isso, uma arte, mais uma forma de libertar o espírito e quebrar com as ideias pré concebidas referentes a determinados assuntos.

No Bonsai por exemplo, o derradeiro propósito é a valorização da árvore através de padrões estéticos pré estabelecidos que se podem prolongar por diversos séculos.

Apesar da ideia ser agradável, os padrões estéticos a mim pouco ou nada dizem... Dar um cunho muito pessoal a uma “obra viva” e decidir “- O que vou fazer contigo hoje?” e por outro lado sentir a cumplicidade da árvore que parece concordar com o nosso gosto, é algo deveras gratificante. Já quanto ao perpetuar uma "criação viva" da nossa autoria e poder deixá-la de legado... é simplesmente formidável.

E agora... mãos à obra.

Index da Insónia

Como é dito logo na apresentação deste Blog, a insónia é um previlégio para quem a bem sabe utilizar. Faz-nos ganhar preciosos momentos à noite, para podermos usufruir de um bom livro, um filme, um CD de música, um jogo numa qualquer consola porque não?

Assim sendo, decidi criar este novo espaço no "Insónia" a que decidi chamar de "Index da Insónia".

Aqui o propósito não é de forma alguma, e à boa maneira do Professor Marcelo, fazer a apresentação de lançamento de qualquer um dos itens enumerados, mas sim tecer alguns comentários pessoais acerca de alguns que me tenham mais ou menos recentemente passado pelas mãos e prendido a atenção.

Começo pois então por um filme recente de Woody Allen, "Match Point" é daqueles filmes... à Woody Allen.

- SINOPSE:

Match Point é a história de um jovem, da sua ascensão na sociedade e as terríveis consequências da sua ambição. No meio de duas mulheres, o protagonista, sem saída, recorre a medidas extremas. O elenco é todo Inglês e o ambiente gira em torno da classe alta Inglesa, com Scarlett Johansson no papel da bela rapariga Americana que interfere entre Jonathan Rhys Meyers e a sua mulher Emily Mortimer. Matthew Goode é o abastado irmão de Emily, que inicia os eventos trágicos.

Satírico q.b, trágico, mas com sentido de humor (incompatíveis pensam vocês? Estamos a falar do Woody!), e uma mensagem de fundo que espera quase até à última cena para se revelar... e no fim de contas revela-se perfeitamente imoral.

Quanto a mim, este filme divide-se em três partes distintas, uma primeira boa parte, uma parte de desenvolvimento que enfim, parece uma novela mexicana, mas daí todas as tragédias o parecem e, um desfecho extraordinário, facilmente identificável com um célebre princípio que Dostoievsky tão bem apresenta no seu "Crime e Castigo".

FICHA TÉCNICA:

Ano de produção: 2006 - Data de estreia: 2006-01-19 - Título original: Match Point - Realização: Woody Allen - Elenco: Scarlett Johansson; Jonathan Rhys-Meyers; Emily Mortimer; Brian Cox; Matthew Goode; Penelope Wilton; Layke Anderson; Morne Botes; Ewen Bremner; Scott Hanay; Rose Keegan - Argumento: Woody Allen - Produção: Michael Dounaev; Stephen Tenenbaum; Jimmy de Brabant - Estúdios: British Broadcasting Corporation (BBC); Magic Hour Media; Thema Production; Invicta Capital Ltd.; BBC Films - Género: Drama/Thriller - Duração:124 min. - País: Reino Unido

Aconselhável para quem gosta de pensar um bocado acerca do que acabou de ver.

O "Index", fica-se por aqui hoje, e promete voltar.